2009-10-01

Christian, o leão



Esta é uma história, verdadeiramente emocionante, de um leão chamado Christian, que foi adoptado em 1969 por dois homens em Londres.
É a história de um amor invulgar, desde os primeiros meses de vida em Londres, até ao reencontro inesquecível no Quénia.
Mas este bla..bla..bla para dizer que em breve vai sair um livro.
Não me foi mesmo possível controlar as lágrimas, enfim...sou mesmo lamechas!

No, thank you


Constatei há bem pouco tempo que deveria, não digo eliminar, mas reduzir para um, o número de cafés diários. Andava com imensas insónias, que me provocavam sonolência diurna. E sempre que isto acontecia lá tomava eu mais um cafézinho e ficava como se tivesse metido a quinta velocidade, o problema era mesmo à noite, porque queria dormir e não conseguia.
Até que um dia parei para pensar, peguei num lápis e numa borracha e comecei a escrever as páginas diárias da minha vida, apagando tudo o que eu considerava prejudicial para o meu bem estar físico e psicológico.
Mas não... não deixei de gostar de café, antes pelo contrário. Adoro o seu cheiro  e saboreio o momento em que me dou ao luxo de tomar o meu (único) café matinal.

2009-09-30

A Racionalidade Irracional


"Eu digo muitas vezes que o instinto serve melhor os animais do que a razão a nossa espécie. E o instinto serve melhor os animais porque é conservador, defende a vida. Se um animal come outro, come-o porque tem de comer, porque tem de viver; mas quando assistimos a cenas de lutas terríveis entre animais, o leão que persegue a gazela e que a morde e que a mata e que a devora, parece que o nosso coração sensível dirá «que coisa tão cruel». Não: quem se comporta com crueldade é o homem, não é o animal, aquilo não é crueldade; o animal não tortura, é o homem que tortura. Então o que eu critico é o comportamento do ser humano, um ser dotado de razão, razão disciplinadora, organizadora, mantenedora da vida, que deveria sê-lo e que não o é; o que eu critico é a facilidade com que o ser humano se corrompe, com que se torna maligno. "

"Aquela ideia que temos da esperança nas crianças, nos meninos e nas meninas pequenas, a ideia de que são seres aparentemente maravilhosos, de olhares puros, relativamente a essa ideia eu digo: pois sim, é tudo muito bonito, são de facto muito simpáticos, são adoráveis, mas deixemos que cresçam para sabermos quem realmente são. E quando crescem, sabemos que infelizmente muitas dessas inocentes crianças vão modificar-se. E por culpa de quê? É a sociedade a única responsável? Há questões de ordem hereditária? O que é que se passa dentro da cabeça das pessoas para serem uma coisa e passarem a ser outra?
Uma sociedade que instituiu, como valores a perseguir, esses que nós sabemos, o lucro, o êxito, o triunfo sobre o outro e todas estas coisas, essa sociedade coloca as pessoas numa situação em que acabam por pensar (se é que o dizem e não se limitam a agir) que todos os meios são bons para se alcançar aquilo que se quer.
Falámos muito ao longo destes últimos anos (e felizmente continuamos a falar) dos direitos humanos; simplesmente deixámos de falar de uma coisa muito simples, que são os deveres humanos, que são sempre deveres em relação aos outros, sobretudo. E é essa indiferença em relação ao outro, essa espécie de desprezo do outro, que eu me pergunto se tem algum sentido numa situação ou no quadro de existência de uma espécie que se diz racional. Isso, de facto, não posso entender, é uma das minhas grandes angústias. "

José Saramago, in "Diálogos com José Saramago"

Declaração do Presidente da República



"não existe em nenhuma declaração ou escrito do Presidente qualquer referência a escutas..."
"Durante o mês de Agosto...fui surpreendido com declarações de destacadas personalidades do partido do Governo exigindo ao Presidente da República que ... viesse falar sobre a participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD..."
"Considerei graves aquelas declarações, um tipo de ultimato dirigido ao Presidente da República."
"Pretendia-se, quanto a mim, alcançar 2 objectivos... :" "1 - Puxar o Presidente para a luta politico-partidária, encostando-o ao PSD...", "2 - Desviar as atenções do debate eleitoral..."

2009-09-28

As árvores e os livros



As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de ouro nas lombadas.
E são histórias de reis, histórias de fadas, as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.
As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: "floresta das zonas temperadas".
É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca
basta um vaso de sardinheiras.

Braga, Jorge Sousa - Herbário. Lisboa. Assírio & Alvim, 1999

a vida e o tempo


Contemplo minha própria vida gotejando
nas linhas que a vida traça
A vida é como o próprio tempo que me escapa
se acampando nos céus
que ele mesmo tinge e enlaça

Hoje... as nuvens nimbus, o vento forte
A vida segue a compasso da tormenta
Amanhã... o céu azul anil, o sol no horizonte
A vida brada no ritmo do dia claro que a acalenta

Se hoje, fechou-se o tempo
e a chuva torrencial destelha os bons pensamentos
aloja em lágrimas os meus desalentos
Amanhã, o dia se abrirá num manto azulado
a vida irá sorrir sem lívida lembrança
do que já foi tornado

*Úrsula Avner*

´O Verão`

«No Verão devíamos, não por imposição legal mas por serena disciplina interior, ser obrigados a perder-nos. A perder-nos no que nos rodeia. ...