2010-11-12

os anos finais da adolescência que passei no Porto (meados dos anos 80) estão carregados de muito auditório Carlos Alberto, muito, muito FITEI pelas várias salas de teatro, em vários pontos da cidade, muito Fantasporto, digamos que as cadernetas completas, muita ópera, muitas exposições, muito cinema projectado numa salinha muito pequena do final da rua do Rosário. Tudo isto porque tenho um familiar ligado às artes e à cultura, também escultor de figuras em madeira, também escritor, com pelo menos um livro já editado, mas muita folha escrita lá por casa, que não sei se um dia alguém irá ler. Um leitor, devorador de livros como ninguém, cuja casa reflectia bem a sua personalidade. Paredes preenchidas com estantes de livros até ao tecto, preenchiam-lhe o ego, e com muito orgulho exibia, a quem o visitasse, as mais recentes obras adquiridas. Um grande ouvinte de Jacques Brel, Sérgio Godinho e de outros músicos cujos nomes apagaram-se-me da memória. Confesso que na altura ía sempre um pouco contrariada a tanto cinema de Fellini e a tanto teatro e achava até, que ele era meio-louco, meio-cineasta,, meio-lunático, mas hoje tenho muito a agradecer-lhe por me ter sensibilizado para o mundo da cultura.
Pronto... estão explicadas as influências.

´O Verão`

«No Verão devíamos, não por imposição legal mas por serena disciplina interior, ser obrigados a perder-nos. A perder-nos no que nos rodeia. ...